Galápagos é um destino extraordinário por sua diversidade de espécies. Em suas ilhas são encontrados animais únicos, incluindo tartarugas gigantes, iguanas, pássaros, tubarões, lobos marinhos e até pinguins!! A Galápagos Conservancy atesta que 80% das aves terrestres das ilhas, 97% dos répteis e mamíferos terrestres, e pelo menos 20% das espécies marinhas são endêmicas das ilhas. Não era pra menos, né?! Foi justamente pesquisando os animais de Galápagos que Charles Darwin teve inspiração para escrever o livro “A Origem das Espécies” onde ele conta sobre sua Teoria da Evolução.

Ver a fauna das Galápagos de perto foi uma das minhas razões para visitar as ilhas. Todas as fotos do artigo foram tiradas por mim, todas as experiências realmente vividas (assim é todo o blog, pode confiar) incluindo o mergulho com o tubarão martelo em Kicker Rock.

Aqui só estou começando a contar essa viagem SEN-SA-CIO-NAL!!!
Nesse artigo conto curiosidades sobre os mais icônicos animais de Galápagos e dicas de onde encontrá-los.
+ Veja aqui como criar seu roteiro de viagem de Galápagos
As Incríveis fragatas
Bora aprofundar os conhecimentos?! Existem duas espécies de fragatas em Galápagos: a fragata grande e a fragata magnífica, ambas nativas. O nome “fragata” significa “homem de guerra”, isso por conta de seus hábitos agressivos como trombar com outro pássaro durante o voo pra roubar comida! Elas são assim em Noronha também!

Foi incrível ver as fragatas-macho com seus sacos gulares vermelhos inflados afim de atrair as fêmeas. Eles inflam essas impressionantes bolsas vermelhas da garganta como se fossem balões e abrem suas asas para atrair a atenção delas, que por sua vez sobrevoam os machos, avaliando as opções (…) antes de escolher seu parceiro. Um espetáculo da natureza!

O melhor mês para assistir o acasalamento é junho, mas eu tive essa sorte (Obrigada Meu Deus!) em pleno dezembro. Isso porque conheci Seymour Norte é a ilha que mais abriga essas espécies em toda Galápagos. Outras cenas que marcaram muito foram as fragatas incubando ovos, alimentando seus filhotes ou os treinando para se tornarem fortes e capazes de voar e pescar por conta própria.
Fiquei muito impressionada em saber que essas aves voam centenas de quilômetros sem tocar a terra. E só conseguem fazer isso porque dormem em pleno voo. ELAS DORMEM VOANDO!!! Você sabia disso?!
Esse fato foi uma grande descoberta de Niels Rattenborg, do Instituto Max Planck de Ornitologia da Alemanha, que coordenou uma série de pesquisas nas Galápagos. Ali descobriram que as aves dormem enquanto voam, mesmo que com um dos hemisférios cerebrais acordado. Podem até dormir com os dois, e mesmo assim conseguem manter o controle aerodinâmico! É fantástico ou não?!
Tartarugas Gigantes
Esse animais são a marca das ilhas, responsáveis até pelo nome do arquipélago pois “galápago” significa justamente “tartaruga”. São os maiores sobreviventes dos animais de Galápagos, existem há mais de 5 milhões de anos.

Lá podemos encontrar várias subespécies com pequenas variações em suas conchas e tamanhos. Inclusive é interessante saber que o formato da carapaça óssea da tartaruga gigante varia de acordo com a ilha em que ela habita. Esse fato chamou a atenção de Darwin e ajudou a sustentar sua teoria de evolução das espécies. Esses gigantes animais de Galápagos podem pesar 400 quilos, medir mais de 1,5 metros e viver até os 150 anos comendo apenas plantas. Sim, são herbívoras e, quando não estão comendo, estão descansando.

Aguentam até um ano sem tomar água e sem comer, sobrevivendo apenas da sua gordura. Por esse cruel motivo, no passado elas eram postas nos porões de navios piratas, servindo como fonte de carne e gordura. Além disso, a população dessas tartarugas sofreu com a destruição de seu habitat e a introdução de espécies invasoras e animais não endêmicos, como as cabras e os porcos, que comem a vegetação que alimentam as tartarugas, colocando-as em perigo. Além disso, a chegada da agricultura para o sustento humano tirou espaço para o cultivo.

Hoje existem vários projetos de reprodução delas e aos poucos, muito lentamente, suas populações começam a crescer. Apesar de todos os esforços, estima-se que atualmente se tem só 10% da população original.
É possível encontrá-las em 10 das 13 ilhas do arquipélago. Encontrei-as em Santa Cruz no Instituto Charles Darwin e andando livremente pela estrada (tem até placas pedindo cuidado pois elas atravessam a estrada). Em San Cristóbal vi na Galapaguera, bem pertinho de Puerto Chino. Em diferentes locais das ilhas podemos admirá-las caminhando “à vontade”, enquanto procuram comida.
George, o solitário
Em 2012 o mais famoso exemplar, conhecido como George, o solitário, morreu no Centro de Pesquisas Charles Darwin, na ilha Santa Cruz. George foi encontrado em 1971 na ilha de Pinta e se acreditava ser a última da sua subespécie. Mas, após sua morte, descobriram parentes vivos de George Solitário nas proximidades do vulcão Wolf em Isabela, mantendo a esperança viva na recuperação da espécie através de reprodução em cativeiro.
Após sua morte seu corpo foi pesquisado por cientistas nos EUA e na Espanha que sequenciaram e analisaram os genes de George e descobriram que ele tinha genes com características de reparação do DNA, uma ótima resposta imunológica e a supressão de células cancerígenas. Não é extraordinário?! Essa pesquisa pode inclusive a ajudar os estudos de longevidade dos seres humanos no futuro.

Após as pesquisas seu corpo foi embalsamado em Nova York e levado de volta para seu local de origem, onde se construiu uma exposição chamada “La Ruta de la Tortuga” no Centro de Reprodução Fausto Llerena, dentro da Estação Cientifica Charles Darwin em Santa Cruz.
Pinguim de Galápagos
Os pinguins de Galápagos são os únicos adaptados a viverem acima da linha do equador. Eles conseguem sobreviver no clima quente do arquipélago graças às temperaturas frias da corrente de Humboldt e a corrente de Cromwell que se encontram em Galápagos. Mudam as penas 2x por ano para se desprender das danificadas pela radiação solar e sempre buscam sombra nas horas mais quentes do dia.

Os pinguins são monogâmicos e vivem geralmente em grupo. Você poderá encontrá-lo nas Ilhas Fernandina, Isabela, Bartolomé e Floreana. Eu vi em Isabela no passeio de kayak que fiz com a Paddle to the Penguins e no passeio de Los Tuneles. Não dei a sorte de encontrá-los em um mergulho, mas dizem que é impossível acompanhá-los porque nadam muito rápido.

Por conta da pequena população, eles estão considerados ameaçados de extinção. Quando as temperaturas da água se esquentam pelo fenômeno El Niño, muitos deles morrem não conseguem sobreviver em águas quentes. Além disso os cardumes migram, e eles conseguem pouco alimento. O efeito do El Niño é devastador para essa espécie.

Lobos marinhos de Galápagos
São os animais mais fáceis de encontrar em Galápagos, com população que ultrapassa os 50 mil exemplares. Ouvi que North Seymour abriga uma das maiores colônias de lobos marinhos, mas confesso ter ficado mais impressionada com a quantidade em San Cristóbal. Foi lindo ter tido contato com eles, vê-los bem de pertinho tomando banho de sol e assistir os filhotes brincando de surfar onda enquanto suas mães cochilam na areia.

Você que pretende viajar para Galápagos, é importante não confundir o lobo com a foca ou com o leão-marinho. O lobo pode ser identificado devido aos seus grandes olhos, que é uma adaptação para caçar peixes e lulas à noite, e se proteger dos predadores.

O focinho dele é curto e pontudo, e o nariz pequeno. A pelagem varia do marrom escuro ao cinza escuro. Infelizmente eles andam sofrendo com a elevação da temperatura, outro mal associado ao El Niño, causando uma queda da reprodução nos mares de Galápagos.


Os atobás de patas azuis
Embora os atobás de patas azuis, também conhecidos como Blue Footed Boobies, sejam um dos principais símbolos de Galápagos, eles não são endêmicos das ilhas. Podem ser encontrados em outros lugares na costa do Pacífico, mas acredita-se que mais da metade da população mundial viva nas Galápagos. Eles compartilham seu habitat com duas outras espécies de atobás: o Atobá-grande, chamado de Masked Booby e o Atobá-de-pé-vermelho.

Seymour Norte tem uma grande colônia dos patas azules, local ideal para ver sua famosa dança de acasalamento. Essas patas lindas servem como chamariz sexual, quanto mais brilhantes e azuis forem, mais interessantes serão para as fêmeas. O ritual começa quando o macho mostra as patas à fêmea. Bom, se ela gostar, ele começa a dançar e a assobiar!!
O macho é quem se responsabiliza em proteger o ninho, que normalmente tem de um a três ovos, cobrindo-os com as suas patas azuis. A época de reprodução deles vai de junho a agosto. Até setembro é possível ver os filhotes.

Os patas azules são mergulhadores excepcionais, ainda mais em Seymour que é um dos locais de pesca mais importantes para as aves marinhas. Apesar de voarem bem alto, eles fazem os ninhos no solo. Vivem em média de 17 anos. Salve os patas azules!!
Iguanas terrestres
Fiquei sabendo lá que originalmente North Seymour não tinha iguanas terrestres. Elas chegaram na década de 1930 introduzidos pelo naturalista Allan Hancock que decidiu transferir 70 exemplares delas da ilha vizinha Baltra para a ilha, que tinha habitat similar e comida abundante (cactos Opuntia e frutas).

A história é controversa, uma vez que a justificativa oficial diz que o movimento foi feito para fornecer melhores condições para sua sobrevivência, pois as cabras introduzidas em Baltra estavam destruindo o habitat e contribuindo para o declínio da população. Mas há um rumor que Baltra, quando foi transformada em base aérea dos EUA na segunda guerra mundial, os oficiais treinavam tiro à iguana-alvo. Assim a população nativa foi quase exterminada pelo absurdo da prática de tiro ao alvo! Não posso acreditar nisso.

Felizmente os recém-chegados à North Seymour prosperaram e se multiplicaram, formando uma grande população. E no final de 1950, foi a vez de North Seymour retribuir o favor à Baltra, repovoando a ilha com a espécie. Hoje, ambas as ilhas têm populações saudáveis de iguanas terrestres.

Quando estiver por lá fique de olho nelas, que estão camufladas no mato árido, muitas vezes descansando à sombra de um cacto opuntia. Pegamos uma delas em cima de uma arvore com flores. Apaixonante!
Iguanas Marinhas
Pra começo de conversa, Iguanas-marinhas só são encontradas em Galápagos! São espécies totalmente ambientadas, que tiveram que recorrer ao mar para conseguir alimento.

Podem ser encontradas em todas as ilhas. No entanto não é comum encontrá-las dentro d’água, uma vez que elas não podem ficar muito tempo sob as baixas temperaturas do mar.

As iguanas marinhas mudam de cor conforme seu crescimento. Nascem com a cor predominantemente preta e, à medida que crescem, ganham manchas vermelhas e verdes. As cores ficam ainda mais vivas na época da reprodução. Podem viver até os 60 anos! A população desses animais nas Ilhas Galápagos é estimada entre 200 mil e 300 mil.

Tubarão-martelo
Eu fiz uma lista de animais de Galápagos que queria ver em minha viagem e o Tubarão Martelo estava no topo. Sonho de qualquer mergulhador e comigo não era diferente. Eu não vi um cardume deles como esperava, mas vi um enorme exemplo no mergulho em Kicker Rock. Essa foto fui eu que registrei. Os tubarões martelo normalmente andam em grupos de cem, principalmente em águas quentes, como nas Ilhas Darwin e Wolf em Galápagos. A melhor época para ver os tubarões martelo em Galápagos é de julho a fevereiro. Viajei final de Dezembro para as ilhas.

O animal chega a atingir cerca de cinco metros de comprimento e tem uma coloração especial: sua parte lombar é escura e o ventre é quase branco, uma camuflagem eficiente para surpreender as presas.
Galápagos é conhecida como um grande berçário desses predadores que não apresentam riscos aos humanos – pelo menos não até se sentirem incomodados. Os tubarões martelo têm sete sentidos. O sétimo sentido permite detectar as ondas e os campos elétricos gerados pelos peixes, que é uma grande vantagem como predador. O olfato é bem sensível, podem sentir o cheiro de sangue a quilômetros de distância e apenas são perigosos para os humanos quando há animais ou pessoas feridas ao redor. A estrutura da sua cabeça, com os olhos nos extremos de uma larga T e os orifícios nasais mais separados que o normal, favorecem também suas capacidades sensoriais.
Caranguejo Grapsus Grapsus
Um dos animais mais comuns são os caranguejos da espécie aratu-vermelho, em galápagos são soube que seu nome é “Grapsus grapsus”. Você verá com certeza, eles estão em todas as ilhas. Fotografe, lindões, contrastam com a areia e as pedras. Mas alto aí, são comuns mas não menos importantes. Saiba que essa espécie foi coletada por Charles Darwin durante suas viagens no HMS Beagle e participou dos seus estudos.

Além de Galápagos, o Grapsus grapsus é encontrado na América do Sul ao longo de toda costa do Pacífico e na costa do Atlântico, inclusive no Brasil (mas nunca vi deste tamanho, em geral são menores aqui). Espertamente as espécies jovens são de cor preta ou marrom-escura, perfeitas camuflagens em cima das pedras de lava negra das ilhas vulcânicas.
Se alimentam principalmente de algas, andam na ponta dos pés e têm olhos marcantes. Super ágeis, são capazes de saltar e reagir rapidamente, sendo extremamente difíceis de se capturar. Agora vem aí a informação mais incrível: esse caranguejo já foi observado catando carrapatos nas iguanas marinhas das Ilhas Galápagos. Olha só como a natureza é perfeita!! <3

Palo Santo e o Cactus Opuntia
Agora um bônus de plantas aqui no meu do artigo de animais de Galápagos. Como falei o ecossistema de North Seymour é super árido, uma ilha muito seca, com floresta esparsa de Palo Santo e do Cactus Opuntia, encontrado também em toda Galápagos.

Ali fique sabendo que o Palo Santo, um tipo de sândalo que se destaca pelo seu forte aroma, é tido como uma árvore sagrada. Uma árvore mística que está relacionada ao incenso. A prática de queimar seus gravetos já era usada pelas comunidades indígenas dos Andes para limpar o espaço e afastar os maus espíritos. Sinta seu perfume aromático quando um ramo é esfregado.
Já o cacto Opuntia é endêmico de Galápagos, possivelmente a planta mais numerosa encontrada do arquipélago. Tem seis espécies diferentes em todas as ilhas, e mais de 300 conhecidas por toda a América. Quando tocadas, elas se enrolam. Esso movimento (linda obra da natureza) permite que elas se autopolinizem, e assim se reproduzem! Não é incrível?!

O cacto gigante está muito bem adaptado aos lugares secos e áridos de Galápagos, graças ao fato de armazenar água em seus caules grossos e carnudos. Imagina que já foi registrado um cacto de 12 metros de altura?! Eles desenvolvem uma casca dura no caule, com espinhos fortes, para evitar que predadores como tartarugas e iguanas terrestres se alimentem delas. Mas alguns animais como pequenos pássaros comem seu fruto e assim distribuem as sementes que são utilizadas até para a fabricação de medicamentos.
Continue lendo
Então, o que achou de conhecer mais sobre esses extraordinários animais de Galápagos? Vai viajar para lá? Veja mais artigos sobre o Galápagos e outros locais que visitei no Equador:
+ Como montar seu roteiro em Galápagos
+ A incrível Ilha de North Seymour
+ Cuenca no Equador, Patrimônio da Humanidade
+ Clique aqui para ver todos os artigos
Obrigada pela visita e volte sempre!

Que legal! As fotos estão lindas e o conteúdo muito bom! ❤️
Ahhh meu lindo! Obrigada pelas palavras e incentivo. Fiquei muito feliz com a sua visita ao blog! <3 <3 Volte sempre!!
Adorei saber detalhes de Galápagos!!! Lendo esse texto a gente viaja junto.❤️✈️
Adorei receber sua visita ao blog! <3 <3